10º dia de copa;
“Um dos legados desta copa, entre
muitos, é educar o povo brasileiro, quando este estiver nos estádios durante o
retorno do campeonato nacional, sobretudo, em relação à briga entre torcidas,
pois não há nenhum cabimento você matar o próximo simplesmente porque este
esteja trajando uma camisa contrária às suas paixões esportivas.
Há algo em comum entre a seleção
brasileira e argentina: as duas têm que procurar observar que futebol é um
esporte coletivo, diferentemente do xadrez, do tênis e da lunática prova do
Enem, se bem que, esta última, algumas vezes são realizadas em dupla. Enquanto
a família Scolari entrar em campo apenas esperando um lampejo do garoto Neymar,
bem como, los hermanos esperarem pela genialidade do Messi, estas duas seleções
irão ficar a desejar. Vejamos 70: não havia somente Pelé, no entanto, Rivelino,
Tostão, Jairzinho, Gerson, Clodoaldo, ou seja, uma constelação em campo.
Bonito de ver: de um lado, Kevin-Prince Boateng de Gana, e do
outro, Jérôme Boateng da Alemanha; dois irmãos por parte de pai, este africano,
e mães alemãs, vestindo cores opostas em campo. Esta não foi a única vez que
isso aconteceu, pois na última copa os dois já haviam travado tal encontro,
sendo vencido pelos amantes da cerveja e salsichão.
Agora, a nossa mídia esportiva é
tão farta de criatividade, dá gosto de ver: primeiro foi propagar a cantoria do
hino à capela, como se hino ganhasse jogo; no momento, chamar atenção ao grito
desanimado da torcida brasileira, como se fosse Dodô e Osmar ao passar nas ruas
de Salvador carregando a multidão. A história tem demonstrado que não é bem
assim; futebol se ganha com esquema tático bem definido, do arqueiro ao
ponta-esquerdo. E até agora, o técnico que levou o Palmeiras à segunda divisão,
e como prêmio fora convidado com honras e glórias a vestir à amarelinha, não
apresentou uma tática aos nossos olhos. E assim será até o final. E se
ganharmos, é porque Deus é brasileiro, embora o Papa seja nosso hermano.
Pra encerrar, chega de mandinga,
pois isso não rola em matéria de futebol: a torcida brasileira torce contra o
Messi, e o cara guarda dois, o primeiro no Maracanã, e agora no Mineirão; torce
contra o Klose, e o cara mete um no primeiro toque de bola, deixando furioso a
alma apaixonada e tola do Galvão Bueno – que queria muito que o recorde do
Ronaldo se eternizasse isoladamente. Vou torcer pro alemão meter mais!
Por Robson Luiz Veiga
Mestre em Literatura e Crítica
Literária
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