domingo, 22 de junho de 2014

Dê-lhe uma boa vaia e ele faz milagres aos borbotões! - 10º dia de copa;

10º dia de copa;


“Um dos legados desta copa, entre muitos, é educar o povo brasileiro, quando este estiver nos estádios durante o retorno do campeonato nacional, sobretudo, em relação à briga entre torcidas, pois não há nenhum cabimento você matar o próximo simplesmente porque este esteja trajando uma camisa contrária às suas paixões esportivas.

Há algo em comum entre a seleção brasileira e argentina: as duas têm que procurar observar que futebol é um esporte coletivo, diferentemente do xadrez, do tênis e da lunática prova do Enem, se bem que, esta última, algumas vezes são realizadas em dupla. Enquanto a família Scolari entrar em campo apenas esperando um lampejo do garoto Neymar, bem como, los hermanos esperarem pela genialidade do Messi, estas duas seleções irão ficar a desejar. Vejamos 70: não havia somente Pelé, no entanto, Rivelino, Tostão, Jairzinho, Gerson, Clodoaldo, ou seja, uma constelação em campo.

Bonito de ver: de um lado, Kevin-Prince Boateng de Gana, e do outro, Jérôme Boateng da Alemanha; dois irmãos por parte de pai, este africano, e mães alemãs, vestindo cores opostas em campo. Esta não foi a única vez que isso aconteceu, pois na última copa os dois já haviam travado tal encontro, sendo vencido pelos amantes da cerveja e salsichão.




Agora, a nossa mídia esportiva é tão farta de criatividade, dá gosto de ver: primeiro foi propagar a cantoria do hino à capela, como se hino ganhasse jogo; no momento, chamar atenção ao grito desanimado da torcida brasileira, como se fosse Dodô e Osmar ao passar nas ruas de Salvador carregando a multidão. A história tem demonstrado que não é bem assim; futebol se ganha com esquema tático bem definido, do arqueiro ao ponta-esquerdo. E até agora, o técnico que levou o Palmeiras à segunda divisão, e como prêmio fora convidado com honras e glórias a vestir à amarelinha, não apresentou uma tática aos nossos olhos. E assim será até o final. E se ganharmos, é porque Deus é brasileiro, embora o Papa seja nosso hermano.

Pra encerrar, chega de mandinga, pois isso não rola em matéria de futebol: a torcida brasileira torce contra o Messi, e o cara guarda dois, o primeiro no Maracanã, e agora no Mineirão; torce contra o Klose, e o cara mete um no primeiro toque de bola, deixando furioso a alma apaixonada e tola do Galvão Bueno – que queria muito que o recorde do Ronaldo se eternizasse isoladamente. Vou torcer pro alemão meter mais!


Por Robson Luiz Veiga
Mestre em Literatura e Crítica Literária


Nenhum comentário:

Postar um comentário