quinta-feira, 26 de junho de 2014

Barrada na escola por vestir o vermelho de Camões, pode Freud? - 14º dia de copa;

14º dia de copa;


“Inicio estas linhas pedindo desculpa a cada um dos meus nobres leitores que estão acompanhando a Copa 2014 mediante estas crônicas, que no conjunto da obra, tem começado desde o primeiro dia deste evento. O motivo da ausência é mais do que nobre: tive que sair do calor infernal do sudeste do estado do Pará a fim de visitar mais uma vez a bela e fria cidade de Goiânia – desta feita, a finalidade foi receber o diploma de Mestre em Letras – Literatura e Crítica Literária, no plenário da Reitoria da PUC Goiás, numa belíssima solenidade presidida pela Profª. Milca Severino Pereira: digno de nota – um momento ímpar. Valeu a pena!




Mas, vamos ao décimo quarto dia de chopa, começando pela invasão argentina na vizinha Porto Alegre, terra de Érico Veríssimo. Revendo a História, já fomos, em tempos idos, invadidos por diversos povos, tais como, os franceses em São Luís do Maranhão, terra de Aluísio de Azevedo, romancista genuinamente naturalista; os holandeses em Recife e Olinda, ambas em Pernambuco, terra do frevo, do rio Capibaribe, tão versificado por João Cabral de Melo Neto em Cão sem plumas. Por argentinos, podemos dizer que foi a primeira, e que invasão, com direito a dois golaços de Messi.

Enquanto isso, no Espírito Santo, que de santo não tem nada, uma menina de 12 anos foi barrada na porta da escola por trajar uma camiseta da terra de Camões, em homenagem ao pai, lusitano de corpo e alma. Segundo a abestada da diretora deste estabelecimento de ensino, a menina não estava de acordo os parâmetros curriculares estabelecidos previamente, na qual, uma das regras seria não vestir camiseta de nenhuma outra seleção, a não ser a canarinho. Particularmente, visto da Holanda, uma por homenagear a laranja mecânica de 74, e outra por ter o mais belo uniforme da copa; visto da Argentina, uma porque nada contra eu tenho com los hermanos, inclusive, adoro tanto, Borges; e caso tivesse uma camisa de cada nação, vestiria uma por dia, e que se foda o olhar atravessado dos ignorantes, pois a copa como evento, não é uma guerra entre homens, mas apenas um grande encontro entre culturas.  


Por Robson Luiz Veiga

Mestre em Literatura e Crítica Literária

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