Longe
dos protestos, da forma como estes estão sendo realizados, pois creio que o
melhor modo de um povo protestar em valentia em relação aos desmandos,
desgovernos, bem como, às mazelas que se instituem no cotidiano, é a sagrada
urna eleitoral, no mais, creio eu ser tais passeatas, já programadas, sobretudo
por partidos políticos e sindicatos, apenas como um carnaval fora de época,
tipicamente brasileiro.
Pois
bem, de olho no maior evento do planeta, prestes a começar, dei início em, sala
de aula ao projeto educacional – A Copa na Sala de Leitura, cujo objetivo é
levar ao quadrado estudantil um pouco da poesia dos 32 países que irão disputar
a Copa do Mundo da Fifa 2014 no Brasil, num grande encontro de culturas, artes
e poéticas.
É
fato que antes mesmo de a bola rolar, as emissoras de televisão, numa disputa
frenética, antes de cada partida, procuram deixar na telinha à disposição do
telespectador, uma verdadeira aula de cultura dos países envolvidos,
dimensionando os aspectos geográficos, históricos, sociais e econômicos,
artísticos e linguísticos, algo impossível de ser realizado numa tarde de aula
em nossas escolas brasileiras, tão carentes normalmente em matéria de arte e
cultura.
Pensando
nisso, antes mesmo do pontapé inicial, estamos levando pra sala de aula um
pouco de Borges e Neruda, representando respectivamente a Argentina e o Chile;
uma resenha de Cem anos de solidão,
do aclamado colombiano Gabriel Garcia Márquez, bem como um dos seus belos
contos; a poesia do mexicano Octávio Paz e a magia de Edgar Allan Poe, no subir
da América; e como não poderia faltar, um pouco de Camões e Pessoa advindos da
terra de Saramago; a resenha do clássico espanhol Dom Quixote de Miguel de Cervantes, e a beleza lírica dos versos
dramáticos do inglês William Shakespeare, assim como, um pouco de prosa russa
através das linhas do romancista Fiódor Dostoiévski, tendo por acompanhamento
exemplar a resenha do aclamado Os Irmãos
Karamazov, depois de passarmos pelas linhas de Baudelaire e Goethe,
representantes, francês o primeiro, e alemão, o outro. E como passeio poético
em referência à Copa do Mundo, não poderia faltar na sala de aula a acidez dos
versos africanos, a beleza da poesia australiana de origem aborígene, e os
belos haicais de Leminiski em homenagem à terra do sol nascente.
Acreditando
que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, nada melhor que
incentivar o hábito da leitura aos nossos jovens estudantes do ensino
fundamental com o que há de melhor em matéria de poesia oriunda de todos os
continentes, mesmo sendo ela incomunicável em sua essência, como diria
Drummond, mas existencial, como o tempo, tais quais os versos de Cecília Meirelles.
Robson Luiz
Veiga
Mestre em
Literatura e Crítica Literária PUC Goiás
Obs: este projeto educacional é realizado pelo Profº. Robson Luiz Veiga na EMEF Dom Pedro I em Rondon do Pará, sudeste do Estado do Pará.
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