quarta-feira, 11 de junho de 2014

A Copa na Sala de Aula





Longe dos protestos, da forma como estes estão sendo realizados, pois creio que o melhor modo de um povo protestar em valentia em relação aos desmandos, desgovernos, bem como, às mazelas que se instituem no cotidiano, é a sagrada urna eleitoral, no mais, creio eu ser tais passeatas, já programadas, sobretudo por partidos políticos e sindicatos, apenas como um carnaval fora de época, tipicamente brasileiro.

Pois bem, de olho no maior evento do planeta, prestes a começar, dei início em, sala de aula ao projeto educacional – A Copa na Sala de Leitura, cujo objetivo é levar ao quadrado estudantil um pouco da poesia dos 32 países que irão disputar a Copa do Mundo da Fifa 2014 no Brasil, num grande encontro de culturas, artes e poéticas.

É fato que antes mesmo de a bola rolar, as emissoras de televisão, numa disputa frenética, antes de cada partida, procuram deixar na telinha à disposição do telespectador, uma verdadeira aula de cultura dos países envolvidos, dimensionando os aspectos geográficos, históricos, sociais e econômicos, artísticos e linguísticos, algo impossível de ser realizado numa tarde de aula em nossas escolas brasileiras, tão carentes normalmente em matéria de arte e cultura.

Pensando nisso, antes mesmo do pontapé inicial, estamos levando pra sala de aula um pouco de Borges e Neruda, representando respectivamente a Argentina e o Chile; uma resenha de Cem anos de solidão, do aclamado colombiano Gabriel Garcia Márquez, bem como um dos seus belos contos; a poesia do mexicano Octávio Paz e a magia de Edgar Allan Poe, no subir da América; e como não poderia faltar, um pouco de Camões e Pessoa advindos da terra de Saramago; a resenha do clássico espanhol Dom Quixote de Miguel de Cervantes, e a beleza lírica dos versos dramáticos do inglês William Shakespeare, assim como, um pouco de prosa russa através das linhas do romancista Fiódor Dostoiévski, tendo por acompanhamento exemplar a resenha do aclamado Os Irmãos Karamazov, depois de passarmos pelas linhas de Baudelaire e Goethe, representantes, francês o primeiro, e alemão, o outro. E como passeio poético em referência à Copa do Mundo, não poderia faltar na sala de aula a acidez dos versos africanos, a beleza da poesia australiana de origem aborígene, e os belos haicais de Leminiski em homenagem à terra do sol nascente.

Acreditando que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, nada melhor que incentivar o hábito da leitura aos nossos jovens estudantes do ensino fundamental com o que há de melhor em matéria de poesia oriunda de todos os continentes, mesmo sendo ela incomunicável em sua essência, como diria Drummond, mas existencial, como o tempo, tais quais os versos de Cecília Meirelles.


Robson Luiz Veiga

Mestre em Literatura e Crítica Literária PUC Goiás



Obs: este projeto educacional é realizado pelo Profº. Robson Luiz Veiga na EMEF Dom Pedro I em Rondon do Pará, sudeste do Estado do Pará.

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