"O amor vence tudo, vamos todos ao amor!"
A arte é o espelho da pátria.
O país que não preserva os seus valores culturais, jamais verá
a imagem da sua própria alma.
[Chopin]
O país que não preserva os seus valores culturais, jamais verá
a imagem da sua própria alma.
[Chopin]
O verso “Omnia Vincit Amor et nsa
cedamus amori”, escrito pouco antes de Cristo pelo poeta latino
Virgílio, autor do poema épico Eneida, um clássico da literatura universal, faz
parte do poema Eclogas, cuja tradução tem alguma coisa a ver com “O amor vence tudo, vamos todos ao amor”.
Com este verso, o poeta mato-grossense Daufen Bach, abre o seu sítio
virtual de escritos em poéticos, ao considerar que “muitos acreditam ser, esta frase, uma utopia de Virgílio, eu prefiro
acreditar que o amor sempre vencerá ou, que pelo menos, irá nos redimir...”, confessa
Bach, deixando uma clara evidencia do que permeará a temática dos seus poemas.
Muito desta filosofia está diretamente ligada aos versos escritos por
Bach, tendo o amor uma temática recorrente em seus escritos, bem como em seus
pensamentos, e como poeta apaixonado que é, principalmente pela vida, carrega
em seus traços na alma um dos mais belos escritos do poeta chileno Pablo
Neruda: “Um homem só encontra a mulher
ideal quando olhar no seu rosto e vê um anjo, e tendo-a nos braços, ter as
tentações que só os demônios provocam”.
Encontramos na lírica deste poeta do centro-oeste brasileiro, variadas
ruas temáticas folheadas em versos, que ora se encontra um Bach regionalista, que
“Não se nega a vida porque ela é dura, não
se nega a morte, por ser ela, de certeza, a certeza mais convencida”; ora
existencialista, ao brincar com as palavras “Não quero ser nada, apenas ter a compreensão da estada nessas coisas
que me roubam o tempo e a vida, ter a minha paz de aço antigo, de ácido e,
mesmo sendo o pastor que vigia do alto da sebe o seu rebanho, rastejar nas
coisas corriqueiras”; ora romântico, em versos metalingüísticos tais como, “às vezes, a poesia me irrita, brinca
comigo, me afoga, me salva e me afoga de novo! é uma sandice, eu sei! porém,
ela me completa, me traz, toda hora, a tua imagem e não me deixa miserável,
mendigo...”; ora sensual, num brincar de corpos famintos em gozo eterno, ao
escorregar da pele em fúria nas palmas das mãos; e por vezes uma poética
apimentada em forma de crítica social, por onde “ele jantou chá de folhas de laranja e a noite de sumos ácidos engoliu
o toco de vela”, como nos versos “Dos dias não fortuitos”.
A intertextualidade tão cultivada pela pesquisadora búlgara Julia
Kristeva é marca registrada num dos belos poemas de Daufen Bach, “Aboiá um verso pra iludir o caminhar”,
quando o mesmo dialoga com outro belíssimo poema do consagrado poeta das
caatingas Patativa do Assaré, “Vaca
estrela e boi fubá”, versos cantarolados pelo cearense Raimundo Fagner,
ainda no início de sua carreira musical. Da mesma forma, o intertexto também se
faz presente em outro belo poema de Bach, que dialoga com Manuel Bandeira, no
tão famoso “O bicho”, numa crítica social que retrata o cotidiano do homem nas
cidades grandes, na qual a coincidência perpassa nos versos, agora, não em
forma de metáfora, mas como um fato. Embora a literatura não tenha a função de denunciar
as injustiças sociais, como conceitua o crítico Harold Bloom, dando-lhe apenas
o valor estético, não podemos fugir das amarras que amarram o poeta enquanto
homem que produz o seu fazer poético em meio a tudo que lhe atravessa aos
contornos do cotidiano. Afinal, a poesia é um construto humano.
Daufen Bach é um daqueles, cuja lírica, apesar de ainda não ter
materialidade em forma impressa como tiveram Patativa e Bandeira, é
virtuosamente acolhido pelo mundo virtual em “Era para ser canção”, cujo canto se encanta em muitos recantos e
lares daqueles que amam a arte do pensar poético, pois como diria Bethânia, o homem precisa de poesia.
Robson Luiz Veiga
Mestrando em Literatura e Crítica Literária
PUC Goiás
Robson Luiz Veiga meu Caro e Nobre Amigo!
ResponderExcluirÉ um prazer e uma honra para mim ter sob a tutela de teu olhar crítico, uma análise de alguns de meus versos! Confesso que recebo com surpresa!... o Omnia Vincit Amor, é um blog simples, onde busquei dar visibilidade a algumas facetas de meu fazer poético e nunca imaginei que receberia uma honraria assim! Agradeço imensamente tuas palavras e a sabedoria com que escreve, tenha certeza que terão um lugar de destaque no blog e que serei, eternamente, agradecido.
Parabenizo-te pelo blog. O Café Literário é riquísimo em conteúdo. É uma dádiva fazer/ser parte desse conteúdo!
Um grande e terno abraço a ti meu amigo.
daufen bach.
(divulgarei para meus contatos)
Parabéns poeta amigo! realmente é uma grande e merecida honra!
ResponderExcluirAbraço Fraterno!
Descobri Dalfen Bach, vindo ao meu e-mail, enviei biografia e três singelos poemas que estão postados na Revista Biográfica, trabalhada com esmero, divulgando a literatura nacional e internacional. A alma do poeta mora nas palavras, o sentimento no coração. Conheci, agora, o blog de Robson Luiz e li a cultura literária atacando mãos e mente entregues a causa maior do saber, o domino das palavras.
ResponderExcluiragradeço de coração e alma pelas palavras acima, sentindo que a cada dia que passa a poesia não pode morrer, e creio que com o mundo virtual, a poesia ganhou mais espaço, e pepitas literárias como a poética de daufen bach temos a rolar por este mundo virtual, basta a gente garimpar mais um pouquinho que a gente encontra, e por um lado, se as grandes editoras não se interessam pelo agora poético, as pessoas que se entregam ao mundo virtual, carentes da boa arte em versos seja capaz de encontrar... ao nosso poeta do centro oeste o nosso fraterno abraço literário e que mais e mais sua poética possa ganhar mundos e correr estradas, pois nós ainda precisamos de poesia em nossas veias, o mundo de hoje carece de poesia, grande beijo no coração de todos!
ResponderExcluirNuma agrupamento de rimadores e poetas, num site de porte menor; conheci um conterrâneo aqui das minhas paragens, que dada a exorbitância das distancias aqui no Mato Grosso, não sabia da existência e se não fosse internet, não teria conhecido: O poeta Daufen Bach.
ResponderExcluirConhecendo-o depois, pessoalmente; ví que a grandeza da sua personalidade e a sua humildade é tão grande, que só é menor que a sua capacidade em pegar matéria prima como o pó da estrada que o vaqueiro trás na testa, a lama que o garimpeiro trás na íris e delas destilar versos tão profundos, quanto quando pega o perfume da dama mais abastada, ou os lençóis de seda do puteiro cinco estrela, ou o branco vestuário da freira que se doa aos humildes.
Escreve porque flui-lhe os versos com a naturalidade que jorra os mananciais na mata Amazônica.
Escreve porque tem necessidade de debulhar poesia.
Escreve porque é poeta.
Peão, carregador, roceiro, autodidata, escreve porque Deus lhe fez poeta.
(da atualidade no meio virtual, o maior sem sombra de dúvidas)
Infelizmente escreve num pais que as editoras não dão importância que existam diamantes ao alcance da mão, se um cascalho bem polido e bem embalado vende aos punhados.
concordo contigo joão braga neto...
ResponderExcluirBelíssimo texto, perfeitamente articulado!
ResponderExcluirAbraços!