quinta-feira, 25 de agosto de 2011

IDEB na porta das escolas? Estão brincando de fazer educação!



Educação se faz com vontade política,

acima de tudo, e não com placas insignificantes à porta das escolas!
 

Embora o nome da moda nos meios políticos em relação à educação, seja do economista, Gustavo Ioschope, adotado como mais novo guru educacional, inclusive, em Goiás, creio não ser prudente, atribuir as mudanças no mundo educacional, partindo da casca do ovo à gema, antes, porém, do diálogo com quem sente na pele o ardor entre as quatro paredes, no caso, os próprios professores.

Educação não se faz ao léu. Educação se faz com comprometimento, vontade política em querer mudar. Em transformar os discursos em época de campanha eleitoral, passando de seres abstratos ao concreto. Pois no palanque, todos, oposição e situação, são solidários a dizer que irão melhorar a educação passando por três tarefas a cumprir: primeiramente, salários adequados aos profissionais em educação, e quando se diz salário adequado, não me refiro ao tão famoso piso, mas uma remuneração que faça do professor um verdadeiro profissional em educação, como tantos outros no mercado, se não for assim, é balela; em segundo lugar, o que todos prometem no horário político: melhorar as estruturas físicas escolares, não apenas abrir uma porta entre quatro paredes e dizer que ali se encontra uma escola; e em terceiro, condições aos educadores ao aperfeiçoamento profissional, pois o mundo gira, “o tempo não pára”, como diria Cazuza, apenas em termos de educação. Esses são os três pilares a fomentar uma educação de qualidade em qualquer território brasileiro, fora isso, é conversa pra boi dormir!

E o que dizer de uma placa com a nota do IDEB na porta de uma escola? Poderíamos dizer, abuso de poder? O quem sabe, falta de projetos na mesa a fim de alavancar as próprias notas do IDEB tirando da gaveta da burocracia as ferramentas que poderiam fazer surgir os três pilares expostos acima? E cá pra nós, não é nenhuma placa que irá fazer a mudança tão almejada por todos em matéria de educação, mas a vontade política dos nossos governantes em fazer a mudança.

E como escrevera a professora Magda Soares em seu livro Linguagem e Escola – uma perspectiva social, argumentando sobre o fracasso escolar que vem se arrastando durante décadas, não é a escola a vilã da história, pelo contrário, o muito que temos, damos graças aos nobres professores que fazem milagres a cada levantar do sol, pois “a solução estaria em transformações da estrutura social como um todo; transformações apenas na escola não passam de mistificação: não surtem efeito, e parecem mesmo ter o objetivo de apenas simular soluções, sendo, na verdade, um reforço da discriminação”, que arrasta desde quando se criaram a escola pública no Brasil.

Então, secretário, para revolucionar a educação em Goiás, guarde as placas no almoxarifado, retirando da gaveta os três pilares na construção de uma educação de qualidade.

Enquanto isso, o Governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, em declaração aos profissionais da educação daquele estado, manifestou todo seu amor e paixão ao ensino público, "Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado."


Que beleza! Está difícil pensar em educação de qualidade neste país!

Profº. Robson Luiz Veiga

Nenhum comentário:

Postar um comentário