sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

entre segredos, gozos e leituras...

Sabe quando a gente está assim meio “down”, olhando para trás a procura de respostas a perguntas que muitas vezes não cessam de caminhar junto da gente. Bom! Assim está o nosso amigo Iris Resende. Também puderas! Ninguém gosta de sair no segundo tempo da partida sob a indiferença do público. Todos nós gostamos de aplausos, ainda mais quando se é político por natureza. Mas, cá pra nós. O nosso ex-governador tem tudo pra se animar. É só se deixar rolar numa rede preguiçosa pra deitar, ante o belo por do sol da cidade de Goiânia, numa roupa relaxada como a brisa do cerrado, tendo entre as mãos um bom livro, um bom romance. E embora haja variedades mil hoje em dia pra alegrar a alma humana, tais como, as narrativas globais, o cinema e suas magias, a net e suas alegorias, nada melhor do que um bom livro nas mãos. Um romance daqueles que faz a gente viajar por outros mundos, outras décadas, outras civilizações. Como dica de uma boa narrativa ao nosso querido Iris Resende nestes tempos de crise, nada melhor do que mergulhar na história criada pelo alemão Bernhard Schlink – o romance, O leitor. É um daqueles livros mágicos, cujo bom leitor não pode deixar de ler, ou até reler, pois vale à pena. Numa narrativa que nos envolve do início ao fim. Que nos faz esquecer de ver a lua, de almoçar ou de jantar, de sair ou namorar. Pois a gente se entrega de corpo e alma nesta narrativa cujo narrador é um personagem que no passado, ainda criança, conhece por acaso uma senhora vinte anos mais velha que ele, e que, no decorrer dos primeiros capítulos se envolve amadamente entre quatro paredes num ritual mágico e místico de amor e livros. Ela guarda consigo um segredo, e é através dele que corre as primeiras linhas, pois antes de fazer amor, o garoto deveria ler para ela, em sua cama, alguns trechos da literatura universal, tais como, Tolstói, Dieckens e Goethe. De repente, e inesperadamente, esta mulher, Hanna Schmitz, bela e sensual, some dos seus braços como uma bruta queimada que destrói os campos e deixa marcas no corpo da terra. E agora¿ O que fazer diante do baque que leva o pobre coração¿ Mas este adolescente apaixonado, embora sofrível, leva um bom tempo para se recompor, e, quando já está de pé, deixando pra trás as marcas roçadas pela solidão, encontra-se com a mulher que um dia enfeitiçara sua vida. Mas onde¿ E como¿ Num tribunal a ser julgada por crimes cometidos na segunda guerra mundial. Agora sim, ele começa descobrir quem foi o verdadeiro eu da mulher amada. E diante de tal circunstância, apenas ele poderia expor o passado rumo à platéia e o júri, a salvar a mulher que um dia, em meio a segredos, gozos e leituras, foi sua por várias noites. Em destaque neste romance, além é claro do belíssimo enredo, as passagens metalingüísticas: a primeira quando ele lia para ela os clássicos literários antes de fazer amor; a segunda, ao final da narrativa, quando ele passou a gravar em sua própria voz as mesmas leituras do passado e enviá-las a ela. Mas, por quê¿ Isso meu caro, leitor, só você pode descobrir lendo todas as páginas deste belíssimo romance alemão. Esta é minha dica de leitura desta semana. Tenham todos, um bom dia!
prof. robson veiga
mestrando em crítica literária puc go 2011

Um comentário:

  1. A leitura serve de alento em circunstâncias adversas e ao mesmo tempo funciona como uma forma de exprimir desejos, sonhos´... e em o leitor em específico funciona como uma questão política e até mesmo como forma de sobrevivência, uma ligação com a vida!

    ResponderExcluir