Quando o poder público faz a sua parte, contribuindo para o bem estar da
sociedade, através da entrada de recurso
oriundo do bolso de cada contribuinte, temos também que enaltecer o trabalho
realizado, numa crítica positiva, da mesma forma quando o poder público pisa na
bola, tecemos severas críticas com o teor altamente negativo.
Assim sendo, carregamos as linhas que se seguem para falar
carinhosamente da Praça Tamandaré, que agora, está de roupa nova, se preparando
ao natal, apresentando um novo e exuberante perfil. De cara, um novo gramado,
que aproveita o clima da primavera e bebe alguns pingos de chuva no cair da
tarde, deixando o recinto com aroma de flores silvestres... E dá até pra
namorar! Logo no interior da praça, novos bancos! Agora de madeira, reluzente e
com encosta... E dá até pra cochilar! E por último, uma bela iluminação que
circunda todo o interior da dita cuja... E dá até pra ler um livro em meio às “badaladas
notúrnicas”, ou melhor, dois livros...
Assim, me pus a caminhar, todas as noites em direção a este privilegiado
espaço urbano, no centro da capital do cerrado; sempre contendo em minhas mãos
um bom livro. Desta feita, comecei pelos clássicos, afinal, o clima, o espaço e
o tempo favoreciam tal leitura – sem barulho, sem poluição, e uma luminosidade
feito dia.
Nas noites de terças e quintas, por indicação do professor Éris Antonio
Oliveira, Dr. em Literatura e docente do curso de Mestrado em Letras pela PUC
Goiás, comecei a minha maratona literária ao sabor da lua, com o belíssimo
romance pós-modernista Avalovara, de Osman Lins, que anteriormente, pelo nome,
pensara ser um daqueles time de futebol do campeonato espanhol. Mas o nome de
pássaro era um livro. Um inquietante livro. Com uma linguagem estranha que até
pensei em parar na primeira página e tomar um sorvete com as sutilezas do
cerrado. Vai um sorvete de pequi aí? Porém, havia se passado o tempo das
narrativas retilíneas e caudalosas, agora, o buraco era mais em baixo, era
tempo de narrativas labirínticas, esquisitas, espirais, pós-modernas,
narrativas sem pé nem cabeça, cuja norma é está fora da norma, fora da moda, se
entregando de corpo e alma ao sabor da linguagem em desconstrução, como Avalovara.
Já nas quartas e sextas, por indicação do professor Paulo Petronílio, Dr.
em Educação, docente na área de Letras pela UNB de Brasília, coloquei entre os
meus dedos o romance Grande sertão veredas de Guimarães Rosa, um clássico da
literatura brasileira pós-modernista, considerados por muitos como o livro dos
livros, o clássico dos clássicos, o passaporte aos céus... o mundo de Riobaldo
e Diadorim, uma viagem às sutilezas da linguagem.
Como são duas narrativas encerradas em outro patamar literário, distante
do mundo ficcional das narrativas tradicionais, “vou deixando a vida me levar”
vagarosamente no seio deste outro mundo, sem pressa de chegar à última página,
me contentando em ser carregado por uma linguagem levada, diferenciada, regada
a várias outras possibilidades em caminhos labirínticos que só o tempo é capaz
de socorrer o leitor.
Por isso, vou sem pressa, na calmaria dos ventos e na brisa das noites,
sentado num banco da praça entre árvores, amores que passam e a lua a me
espiar. Ora o outra, num outro banco, uma leitura em outras mãos, às vezes,
conversas ao vento, em outras, casais a sussurrar, enquanto isso, vou viajando
nas curvas sinuosas do mundo mágico das letras.
E você, caro leitor, está o quê, nas noites frias que se seguem no
velejar da primavera?
Robson Luiz Veiga
Mestrando em Literatura
Parabéns pelo blog, Robson!
ResponderExcluirBjs! Apareça!
mui grato, minha amiga, grande abraço, grande beijo!!!
ResponderExcluirBoa-noite, Robson!
ResponderExcluirParabéns pelo post e blog!
Continue encantando a todos com a sua habilidade crítica literária.
Aliás, muito me honraria ter a sua opinião sobre o minha primeira obra literária, o romance "Mevrouw Jane", através do prefácio sobre ele escrito.
Assim, convido-o para acessar:
http://josanemary.wordpress.com/mevrouw-jane/
Espero não desapontá-lo!
Grande abraço daqui da Holanda!
Saudações Literárias!