segunda-feira, 4 de abril de 2011

quando um político pensa que é um deus grego!!!

Por acaso o caro leitor já se deparou com dois políticos conversando em intimidade entre quatro paredes? Não queira: assim como dizia os belos versos de Drummond, “a poesia é incomunicável, fique torto no seu canto, não ame”, não diga nada, não conte, não peça! Pois bem, todo político pensa que é dono da verdade absoluta, o todo poderoso. Assim se deu no último dia 31 de março, dia em que os generais comemoram, aliás, comemoravam, o “dia da liberdade”, o dia da integração nacional, enfatizando a soberania da nação frente à retirada dos comunistas em solo brasileiro - dia da revolução, como ficou conhecido por um lado há história. Pois bem, a nossa digníssima presidenta Dilma Rousseff cortou literalmente na alta uma palestra que seria proferida por um certo general aos aspirantes, em nome da revolução que “salvara” o país das mãos dos guerrilheiros, iniciando o chamado golpe militar, parodiando Chico Buarque, “cale-se”, afasta daqui este cálice. Porém, no bojo das incongruências políticas, que fizeram parte da nossa história, ninguém ainda foi condenado pelos trezentos e cinqüenta milhões dos contribuintes que foram pelo ralo durante o mensalão, e ainda tem gente que jura que tudo não passou de intriga da oposição, se bem que tal recurso poderia ser entregue em forma de cultura, em livros, bibliotecas, aos nossos jovens estudantes da educação básica, que, como demonstram os números, estão carentes, pois não conseguem sair do nível 1, enquanto os demais países estão em nível cinco ou seis numa escala de conhecimento relacionados à leitura e interpretação matemática e lingüística. Mas, retornando à ordem do planalto quanto à referida palestra, a ditadura parece ser mesmo o caminho daqueles que, quando estão abaixo da linha da cintura, ao chegar no poder desconhecem os caminhos por onde assinalam o regime democrático de direito. Assim, ocorreu nos países chamados socialistas de décadas passadas; assim também ocorreu com Cuba, e a nossa vizinha Venezuela; bem como, assim também ocorre com aqueles que levantam certa bandeira de algum sindicato – a finalidade sempre é a conquista ou fazer parte do poder, por muitas vezes sendo indiferentes quanto aos meios, pois os fins os justificam. Com nisso, me lembrei de um ocorrido meio inusitado há dois anos, quando levei sessenta estudantes à Feira Panamazônica do Livro em Belém do Pará, por sinal, na quarta maior feira do livro do Brasil. Bom, ao chegar no recinto, logo fui aos estandes à procura de um livro a pedido de uma colega de escola, que por muito queria ler o livro “Honoráveis Bandidos”, do escritor Palmério Dória, que por razões que o público não chegou a conhecer, por falta justamente do adormecimento da mídia, o livro não se encontrava nas prateleiras, pois, havia sido comprado todo estoque antes mesmo da abertura do evento, sabe lá, Deus, por quê! Como sou persistente, caminhei por todos os estandes, até o momento em que já estava desistindo de procurar, vi lá no canto, quase em abandono, uma pequena livraria, cujo atendente prontamente se dispôs a ir até o estoque à procura de um exemplar, “bom meu cara, todos os livros que tínhamos foram vendidos, porém, deve ter algum no estoque, pois houve uma encomenda de um determinado professor, mas já estamos fechando a feira, neste caso, vou trazer um pra você”. Pelo título, um paradoxo, “Honoráveis Bandidos”, pra se notar que o tal livro é de chamar atenção, mas bem mais é o conteúdo, que caso, leva o caro leitor a se aprofundar nas mazelas que rolam entre quatro paredes quando junto estão dois ou mais políticos. Sendo assim, parabenizo mais uma vez a direção do Diário da Manhã, pelo fato de ser um veículo de comunicação, diferenciado dos demais, mesmo em relação aos grandes nomes, justamente pela singularidade, ao deixar em suas páginas, espaço aberto e democrático, para que todos os leitores possam assim devanear as suas opiniões com os demais. Isso, sim, é estar em um regime democrático de direito.

Prof. Robson Veiga

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