19º dia de copa;
“Uma das indagações que sempre pinta na mídia esportiva logo
quando o Brasil é eleito a realizar um grande evento como este, a copa do
mundo, é em relação ao legado – qual será o legado que esta copa deixará ao
povo brasileiro? Poderíamos dizer, sem medo de errar, que vários são os legados
que teremos após o apito final no Maracanã, dia 13 de julho. Um deles é o
comportamento racional que os torcedores deverão apresentar em nossas arenas
esportivas nos devidos campeonatos regionais. Como belo exemplo, visto em todas
as partidas até agora, podemos crer que corinthiano e o palmeirense podem
sentar um junto do outro, numa convivência pacífica, sem que um tenha que matar
o outro, como estávamos acostumados a notabilizar; assim também, poderemos
observar atleticanos e cruzeirenses; vascaínos e flamenguistas; colorados e
gremistas. Este é um belo legado que esta copa poderá nos deixar: um torcedor
pode sentar ao lado de outro contrário em paixões, sem que o primeiro tenha que
mutilar o segundo. Será?
Quase ninguém está dando o devido valor à França de Victor
Hugo, porém, os blues estão de grão em grão subindo os degraus – desta feita
foram os nigerianos a cair em Brasília, e como os alemães passaram pelos
argelinos em Porto Alegre, teremos um grande clássico nesta sexta, e quem
ganhar, caso a família Scolari passe pela Colômbia, teremos uma pedreira na
semifinal.
E o Felipão, hein! Depois que a dona Dilma convidou a mídia
esportiva brasileira a tomar um chá em Brasília, solicitando à imprensa que não
falasse em greves e protestos na época da copa, agora foi a vez do carrancudo
técnico da seleção brasileira, pedindo ajuda aos jornalistas a fim de que os
mesmos não critiquem os canarinhos. Reitero: o que falta na seleção é apenas
uma coisa, e bem simples – falta um esquema tático em campo, e não um amontoado
de meninos trajados de amarelo com cara de chorões, esperando que o Fred simule
novamente uma falta dentro da área, ou que o Neymar possa driblar um, dois e
três, após um chutão dos zagueiros. Isso é muito pouco pra quem viu muito mais!
Por Robson Luiz Veiga
Mestre em Literatura e Crítica Literária
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