domingo, 29 de junho de 2014

Abençoado seja o terço sagrado do goleiro Vítor nas mãos do Júlio César! - 17º dia de copa;

17º dia de copa;




 “Diz o poeta que o mundo é uma bola: numa temporada o pino fica para baixo, retratando o sombrio outono cujas folhas caem ao chão; noutra, o pino fica para cima, feito primavera em colorido, onde tudo é festa, tudo é alegria. Assim, podemos imaginar o que vivera o goleiro Júlio César nos últimos quatros anos. De um verdadeiro inferno após a derrota para os holandeses na última copa, até às nuvens, ao pegar dois pênaltis que saíram dos pés dos chilenos da terra de Isabel Allende. E muitas vezes a vida é assim: num dia a tempestade toma conta da alma, e noutro, a claridade toma conta de todos os andares.

E o Neymar, hein? Contra o México ele tomou chá de sumiço, e neste último, amarelou todo. Se bem me lembro, é nestas horas complicadas que o grande craque surge do nada e deixa seu nome na história. Se bem que neste último jogo a bela Marquezine estava presente numa das cadeiras do Mineirão, porém, o problema é saber por onde andas a cabeça do Neymar: se na bola em campo, se no belo par de pernas da morena, ou se no próximo capítulo de Em família – não a de Scolari, que é mais conservadora, mas na das oito, que esta é extremamente liberal.

De onda em onda a imprensa esportiva brasileira vem criando suas redações. Primeiro foi a história do hino à capela, depois o apelo à torcida sobre as cantorias na arquibanca a fim de levantar o astral do time, e agora, o que se prega é o tal estado psicológico da garotada, que por serem tão jovens não estariam preparados à tanta pressão em disputar uma copa no próprio terreiro. Balela!

Lembra do que venho dizendo desde a primeira crônica? Bom, o problema da nossa seleção não está em trocar seis por meia dúzia, e sim, no esquema tático inexistente da equipe. O problema não está em trocar o William pelo Oscar, ou o Fernadinho por Paulinho, ou Maicon por Daniel – o problema está na falta de um esquema tático que possa dá sustentação aos homens de frente. Por exemplo: você contou quantas vezes a bola passou na boca do gol só para o Fred empurrar para as redes? Pois, então: nenhuma vez a bola passou por ali, e olha que foram cento e vinte minutos de futebol. Sendo assim, o problema da seleção não é este ou aquele jogador, mas no técnico que há muito tempo está em defasagem.

Cuidado, a turma do Gabriel Garcia Marquez vem aí – e se jogar a mesma bolinha que vem jogando o bicho vai pegar! E nem o terço abençoado do reserva Vitor ajudará o goleiro Julio Cesar a soprar a pelota no travessão.


Por Robson Luiz Veiga
Mestre em Literatura e Crítica Literária

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