Agora, sim, posso dizer:
sou Mestre em Literatura e Crítica Literária
Fico a pensar, cá com os meus fantasmas, dois dias após
defender a dissertação “Um cerco de
Lisboa esteticamente construído entre dois tempos e duas estações” – cujo corpus
literário fora o livro História do cerco de Lisboa, publicado em 1989, pelo
único Prêmio Nobel de Literatura em Língua Portuguesa, José Saramago – o que
seria de mim caso eu não tivesse cursado o Mestrado em Literatura e Crítica
Literária na PUC Goiás? Não o que
seria de mim em relação à carne, pois esta sabemos bem, que o tempo a urgir,
vai lhe arremessando contra a parede; porém, em relação ao espírito, pois este
sim, como um bom vinho português, só enobrece com o tempo. E aí fico pensando
como estaria o meu espírito caso eu não tivesse todas aquelas horas de leituras
e releituras, escritas e reescritas, ao correr da brisa nas madrugadas a fora
em pura e eterna solidão. O que seria então de mim, ou melhor, do meu espírito?
Pois bem, a fim de responder melhor, procuro devanear através
das seguintes linhas: creio que depois que a gente nasce, o dia mais feliz é
aquele em que damos alguns passos por inteiro; depois vem a leitura da primeira
palavra, e logo após, como no meu caso, o gosto da primeira hóstia, e o
avistar, mesmo ao longe, o azul do mar, “nossa,
mãe, como é salgada”; depois segue o primeiro beijo, o casamento, o
primeiro choro do filho, e agora, já beirando aos cinquenta, a defesa do
mestrado. Simplesmente, uma sensação ímpar, com toda a sua singularidade, e
principalmente após ouvir da banca de defesa as seguintes palavras: aprovado com recomendação unânime de
publicação e um breve retorno ao doutorado.
Aproveito aqui, para agradecer formalmente a todos aqueles
que me ajudaram a vencer esta etapa da vida acadêmica, a começar por este
veículo de comunicação, o Jornal Diário da Manhã, na pessoa da jovem
jornalista, Sabrina Ritiely, por abrir espaço durante estes três anos de luta,
a fim de publicar os meus artigos, ensaios, resenhas e crônicas, como devaneios
críticos e literários, que já passaram dos trinta.
Não posso esquecer de agradecer a Pontifícia Universidade
Católica - PUC Goiás como instituição, a qual recomendo, e aqui fica um eterno
abraço carinhoso à coordenadora do curso, à Profª. Drª. Maria de Fátima
Gonçalves Lima, sobretudo em relação ao apoio e incentivo, antes, durante e
depois de cursar. Fica aqui também, um beijo enorme no coração da minha
orientadora, a Profª. Drª. Maria Aparecida Rodrigues, tanto pelo carinho, as
orientações, paciência e compreensão, como uma pessoa de fino trato.
Aos meus caríssimos e amados professores, meu muito obrigado:
à Profª. Drª. Maria Therezinha Martins do Nascimento, que além de nos
encaminhar nas trilhas do gênero dramático, bem como, da literatura comparada,
nos permitiu alimentar de sua prosa pós-moderna, mediante o belo romance “Rapto
de Memória”; à Profª. Drª. Lacy Guaraciaba Machado, cuja prudência e
lucidez, nos permitiu vislumbrar os pressupostos teóricos acerca da Análise do
Discurso, numa bela viagem teórica aos escritos de Michel Pêcheux; ao Profº.
Dr. Divino José Pinto, cuja retórica e eloquência, nos enveredou rumo aos
pressupostos teóricos desenvolvidos por Gerard Genette e Roland Barthes, aquele
abraço; ao Profº. Dr. Éris Antônio Oliveira por nos encaminhar nas veredas
poéticas e críticas do francês Gaston Bachelard, bem como, pelos diálogos em
que tivemos acerca da crítica literária, seja nos corredores desta instituição,
ou nos variados encontros não marcados nas livrarias da capital do cerrado; ao
Profº. Dr. José Ternes, cujas viagens em meio à filosofia, nos enviou com toda
sua mansidão e doçura em palavras, às linhas francesas de Michel Foucault; e
aos professores ministrantes, tais como, ao Dr. José Fernandes e ao Dr. Gilberto
Mendonça Teles.
Até chegar à última linha da
minha dissertação, alguns diálogos faceanos
foram pertinentes ao processo desta escritura, viabilizando assim a retirada de
todas as pedras que estavam no meio do caminho, e entre estes variados
diálogos, não poderia deixar de agradecer neste espaço, à pesquisadora Eula
Carvalho Pinheiro, amante incondicional da prosa saramaguiana, cujo doutoramento se presta na Universidade Nova de Lisboa; à Drª. Susana Ventura pelas suas
considerações a respeito da literatura contemporânea portuguesa; à eterna
crítica literária Maria Alzira Seixo, um doce de pessoa; ao amigo virtual e historiador
português Paulo Capelo; ao Dr. Cláudio de Sá Capuano, por suas nobres
ponderações; bem como, aos variados críticos literários que buscaram refúgio e
prazer mediante a estética de José Saramago, e que tive o fervor em buscar
auxílio em suas escrituras, e entre estes, não poderia esquecer de nomes como:
Vera Bastazin, Simone Pereira Schmidt, Márcia Valéria Zamboni Gobbi, Gerson Luiz
Roani, Salma Ferraz, Teresa Cristina Cerdeira
da Silva, Ana Paula Arnaut, Carlos Reis e Horácio Costa.
Assim, dedico a todos estes,
como prova de agradecimento, o meu trabalho, fruto de muitas leituras e
releituras em madrugadas infindas. Não esquecendo, é claro, da minha esposa
Luciene Lago Souza Veiga, amor da minha vida, do meu filho Marcus Simeone Lago
Veiga, que para mim é mais doce que o doce de batata doce, da minha querida mãe
Elcira Veiga, e in memorian, da minha
amada avó Vitalina Fraga; à Luciete Lago Lacerda e filhos, João Manoel e
Vitória Regina, pelo apoio e consideração enquanto estive em Goiânia, e a todos
os meus familiares, amigos e estudantes de Rondon do Pará que torceram por esta
vitória, bem como, a todos os mestres em que tive a oportunidade de estar no
banco de aula como aluno, em especial, da Escola Municipal Neder Issa e Colégio
Adventista em Governador Valadares MG, Colégio Paraíso em São Gonçalo RJ,
Escola Marechal Rondon e UFPA curso de Letras, em Rondon do Pará.
E aí o leitor poderia me
perguntar impacientemente – e a Deus, não irás agradecer? Bom, durante os vinte
minutos, que tive a fim de defender a minha dissertação perante a banca, um
terço de madeira, advindo da bela Igreja de Nossa Senhora de Nazaré em Belém,
como presente em promessa da minha amiga e professora Moisiane Felicíssima da
Silva, esteve sempre a pulsar no meu bolso, como prova de que, “Tudo posso Naquele que me fortalece”.
Profº. Robson Luiz
Veiga
Mestre em Literatura
e Crítica Literária PUC Goiás
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